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J. bras. psiquiatr ; 63(3): 185-190, July-Sept/2014. tab, graf
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-728791

ABSTRACT

Objetivos A esquizofrenia está associada a alto grau de incapacidade e importantes déficits neuropsicológicos, sociais e vocacionais. Pesquisas têm sido realizadas com o objetivo de identificar fatores preditivos para refratariedade, a fim de melhorar o tratamento e a qualidade de vida do paciente com esquizofrenia. O presente estudo teve o objetivo de verificar a frequência de pacientes com esquizofrenia refratária acompanhados em serviço terciário, estabelecer o perfil clínico e sociodemográfico e analisar possíveis fatores associados à refratariedade clínica. Métodos Sessenta e oito pacientes com esquizofrenia foram incluídos no estudo, sendo 36 refratários ao tratamento (52,9%). Os dados clínicos e sociodemográficos de ambos os grupos foram coletados, analisados e comparados. Um modelo de regressão logística foi elaborado com o objetivo de analisar possíveis fatores associados à refratariedade clínica. Resultados Entre o grupo refratário, houve maior frequência do sexo masculino (p = 0,03), número de antipsicóticos em uso (p < 0,01), internações ao longo da vida (p < 0,01) e de polifarmácia (p < 0,01). Escolaridade, estado civil, história familiar de esquizofrenia e uso de substâncias não foram confirmados como associados à refratariedade. Observou-se atraso temporal entre o estabelecimento da refratariedade clínica e a introdução da clozapina, indicado como o melhor antipsicótico para o tratamento de esquizofrenia refratária. Conclusão É importante e necessário o desenvolvimento de mais pesquisas a fim de investigar possíveis fatores clínicos e sociodemográficos preditores de refratariedade em pacientes com esquizofrenia, objetivando o início mais precoce de ações terapêuticas. .


Objectives Schizophrenia is associated with a high degree of disability and significant neuropsychological, social and vocational deficits. Studies have been undertaken to identify the predictive factors for refractoriness in order to improve the treatment and quality of life of such patients. The present study aimed to determine the frequency of patients with schizophrenia who are refractory and non-refractory treated in a tertiary center, the clinical and sociodemographic profile of such population and to analyze the associated factors of clinical refractoriness. Methods Sixty-eight patients with schizophrenia were included, and 36 were refractory to treatment (52.9%). Clinical and sociodemographic data of both groups were collected, analyzed and compared. A logistic regression model was elaborated in order to verify possible associations with clinical refractoriness. Results The refractory group had a higher prevalence of males (p = 0.03), antipsychotic use (p < 0.01), hospitalizations during lifetime (p < 0.01) and polypharmacy (p < 0.01). Educational level, marital status, family history of schizophrenia and substance use, were not associated to refractoriness. A delay between the diagnostic of refractoriness and the initiation of clozapine, the best antipsychotic for the treatment of refractory schizophrenia, was also observed. Conclusion The importance of further research in disclosing possible clinical and socio-demographic predictors of refractoriness in schizophrenia is therefore necessary. .

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